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Abram as janelas e acelerem...

sábado, 20 de outubro de 2007

Este fim de semana fugi...

Depois de um dia de trabalho daqueles, em que toda a gente nos mira e ataca como se tivessemos um alvo bem redondo na camisola, meti os meus sentimentos à balda no carro, liguei o rádio e arranquei...

Nos primeiros kilómetros, reparei na revolta e ofensa bem agarrados ao capot, mas acelerei, olhei a paisagem, gritei com uns quantos condutores (de janela fechada e portas trancadas, claro!) e estes sentimentos acabaram por se soltar. Continuei a acelerar e apercebi-me que a sensação de injustiça também tinha ficado pelo caminho... Pouco depois, notei ainda um "passageiro" a menos, quando vi a voar pela janela a fúria que me vinha a consumir.

À medida que me afastava de Lisboa, do meu local de trabalho, daquela gente azeda e cinzenta, fui reparando que o carro ficava mais leve, a condução mais suave e a estrada menos tortuosa...

Conduzi-me para longe dali! Vi mar, verde, novos cheiros, novas gentes... lembrei-me do que é estar descansada... e acima de tudo lembrei-me de que existe vida para lá daquele planeta.

Aproveitei, então, para encher a bagageira de paciência, tolerância, compreensão, perdão, esperança e luz, muita luz, para quando regressar, na segunda, poder distribuir por todos aqueles que andam às escuras e nos fazem a vida negra...

É muito dificil desejar bem a quem nos faz mal... Perdoar quem nos ofende e humilha... Sorrir para quem nos faz chorar... Mas ninguém disse que "amar o próximo como Ele nos amou" era fácil... Por isso, quando sentirem que está a ficar mesmo muito muito difícil tolerar, peguem no carro, ponham os sentimentos à balda no banco detrás, liguem o rádio, abram as janelas e acelerem! Deixem pelo caminho tudo o que não interessa!



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