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A encruzilhada...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Cada dia que passa representa um passo neste nosso caminho chamado Vida... Por ela avançamos ou recuamos, consoante o percurso, o terreno ou Objectivo Superior...

Por vezes perdemo-nos, só para nos voltarmos a encontrar. Noutras, fazemos desvios e atalhos, crendo que poderemos avançar mais rápido ou saltar capítulos, mas damos por nós de volta ao ponto de partida... Tudo tem o seu tempo e hora certa para acontecer... De pouco serve tentar abreviar a aula, porque cada lição precisa do seu tempo próprio para ser assimilada.

Neste momento encontro-me numa encruzilhada... e vou ter que escolher qual o caminho a percorrer... Sem pistas ou dicas sobre o qual o melhor a seguir, terei que tomar uma decisão!
O tempo corre...E a escolha divide-se entre dois percursos... Um escolherá a cabeça... o outro, o coração.

Para o primeiro, basta manter-me na mesma estrada, já conhecida, e pouco mudará... A paisagem é árida e infértil, os seus habitantes, já familiares, pouco de bom têm para oferecer, mas é segura porque sei o que esperar de cada interminável e drenante kilómetro.

O segundo exigirá coragem... ou loucura... ou ambos, num salto de fé para o escuro, na esperança de reencontrar a luz... Sem conhecer ou saber o que me espera...Sem certezas ou garantias de nada...

Até ao fim deste ano terei que decidir... com a cabeça ou o coração, terei de optar entre a segurança do pedregoso conhecido ou a incógnita do mistério que não conheço.

Que Deus, o polícia sinaleiro, me ajude nesta encruzilhada, nesta escolha e nesta Vida!

Realidade paralela...

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Estes últimos tempos aprendi que nem tudo deve ser levado ao extremo... Falo por exemplo da Verdade... Às vezes uma mentirinha "branca" como lhe chamo não prejudica ninguém e até dá muito jeito... Passo a exemplificar:

Quando trabalhei em São Miguel tive um utente muito especial...tinha quase 100 anos, parecia o "Master Yoda" (versão só com um dente e não era verde) e... era Padre!

Ora o Sr. Padre precisava de fazer Fisioterapia mas já lhe faltava uma continha no terço, ou seja, o Tico e o Teco já não estavam no seu melhor. Conclusão: quando chegava a hora de fazer ginástica estava sempre muito entretido na sua realidade paralela.

Um belo dia, entrei no seu quartinho do hospital particular, para o levar até ao ginásio, e encontrei-o sentado na sua poltrona, muito entretido a conversar... SOZINHO!

Lembrei-lhe mais uma vez quem eu era (todas as sessões tinha de me apresentar) e expliquei-lhe que o vinha buscar para trabalharmos juntos.
Pois não é o meu espanto quando ele discretamente me sussura apreensivo:
- Mas, oh filha, tu não vês que estou em confissões?

Eu intrigada olhei em volta, não vi ninguém e fiquei meio baralhada, em silêncio, enquanto o ouvia a prosseguir com a encomenda de Avé Marias e Pais Nossos à bendita alminha que se estaria a confessar.

Tinha três hipóteses: ou ia embora, ou o contradizia correndo o risco de o ofender, ou entrava na "viagem"... Ora como boa pecadora que sou, o que foi que eu fiz? Menti ao Padre! Fui até à porta do quarto, espreitei para o corredor, voltei para dentro e disse:

- Sr. Padre, esta senhora (fosse lá quem fosse que ele estivesse a confessar) é a última... Não está aqui mais ninguém pra confissões, os restantes estão a rezar o terço!

E Ele aliviado, lá terminou os seus afazeres, levantou-se da cadeirinha, agarrou na minha mão e foi!

Moral da história:
Às vezes temos de ser flexíveis às realidades das outras pessoas, adaptando-nos a elas para podermos entrar no seu mundo e descobrir melhor quem são.

Um pouco de privacidade, por favor...

segunda-feira, 19 de novembro de 2007


Ando a encher o saco!!!

Cada vez mais parece que andamos num Big Brother gigante! É câmaras em tudo quanto é sítio... é no elevador, nos semáforos, no café, à entrada do serviço para ver se entramos a horas ou se ficamos muito tempo parados no corredor... eu sei lá! No trabalho, entram-nos constantemente pelas portas dos gabinetes adentro, vigiam onde andamos, com quem e há quanto tempo e por fim, quando chegamos a casa, achando que finalmente podemos ficar sossegados no nosso mundinho, pouco depois de fecharmos a porta do quarto logo entra alguém de seguida... SEM BATER! E como se não bastasse, de vez em quando lá tenho de espantar a minha avó da linha telefónica enquanto converso com uma amiga... será que ela não sabe que eu ouço a sua respiração?

Começo a achar que o único sítio onde posso realmente estar sozinha e à vontade é na casa de banho... e daí... Sabe Deus!

Cada vez mais anseio por um cantinho meu! Não precisa de ser muito grande, nem muito rico... basta que seja um sítio onde eu possa fechar a porta e deixar o mundo inteiro lá fora... Pareço um bomba relógio... em vez do bater do meu coração acho que começo a ouvir TIC TAC TIC TAC... Qualquer dia pensam que estou a virar kamikaze...

Enfim... só peço UM POUCO DE PRIVACIDADE, POR FAVOR...

Deixem brilhar...

sábado, 17 de novembro de 2007


"Era uma vez uma cobra que começou a perseguir um pirilampo.
Ele fugia com medo da feroz predadora, mas a cobra não desistia.
Um dia, já sem forças, o pirilampo parou e disse à cobra:
- Posso fazer três perguntas?
- Podes. Não costumo abrir esse precedente, mas já que te vou comer, podes perguntar.
- Pertenço à tua cadeia alimentar?
- Não.
- Fiz-te alguma coisa?
- Não.
- Então porque é que me queres comer?
- PORQUE NÃO SUPORTO VER-TE BRILHAR !!!"

Porque é que usamos tão facilmente o mal dos outros para nos sentirmos melhor connosco próprios, mas o bem dos mesmos nos incomoda?
Porque será que quando andamos na escuridão a luz dos outros nos encandeia?
Porque não usar essa luz para encontrar a saída, em vez de insistir na cegueira?
Amigos... brilhem e deixem brilhar!

Filha de Lisboa, Amante de São MIguel...

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Cantam os Tunídeos, da Tuna Masculina da Universidade dos Açores:


"Longe de ti não sei viver,
Minha pacata cidade,
Onde aprendi a crescer,
Também a sentir saudades.
Dos amores que eu vivi,
Nesta vida amargurada
Nenhum se compara a ti ...
Ó doce Ponta Delgada "



Sou cidadã do mundo, filha de Lisboa, irmã do Norte e amante da ilha de São Miguel... Sinto tanto a tua falta, ilha verde!

Deixei-te como te encontrei, abandonada no Atlântico, na tua aparente e ilusória tranquilidade... A vida é feita de escolhas, e por nós tive de partir! Fui muito feliz contigo e ofereci-te as sementes dos meus melhores sorrisos... mas também nos teus braços de terra negra chorei muito, por pedras de basalto que trarei comigo até que um dia me afunde no teu oceano e tas devolva.

Sinto falta do teu aconchego verde, dos teus amuos de cinzento, dos teus arrufos de abalar a terra e do azul das tuas lágrimas quentes quando a maré está vazia. Voei para longe de ti e acabei num pombal... logo eu, pássaro livre!

Lisboa é muito bonita, criou-me e fez-me quem sou, mas prende-me nas suas paredes cinza e sufoca-me com o cheiro dos seus outros filhos, em luta pela sua atenção.

Estou cansada de tanta gente! Mas, outrora, contigo sentia o peso da Solidão... Estava no paraíso e não tinha com quem o partilhar... o meu coração estava longe e transformava a tua beleza de cor numa inerte tela em sépia.

Hoje, reencontrei o Mundo que quase perdi e estou muito feliz por isso, mas a minha Terra já não é o meu lar... Sinto que não pertenço a lado nenhum... Já não seria feliz aí contigo, mas também já não o sou aqui, em Lisboa... Para onde me levará a Vida? Onde firmarei as minhas novas raízes e fundações? Porque terra me apaixonarei?


Ano dos Sapos...

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Este ano de 2007 não está a ser nada fácil... Diz o calendário chinês que é o ano do Porco?! Qual quê!Foi um ano em engoli tantos sapos que imaginar-me a comer perninhas de rã já não me causa agonia...

Foi tempo de regresso à base, de liberdade condicional, de espera, de paciência, impotência, passividade, humilhações, cedências, insatisfação e intolerâncias... Ano produtivo, hein?

Felizmente, temos um ano novo à porta, e quando digo novo, quero mesmo dizer NOVO!
Chega de acomodações e queixumes... Isto de ficar até tarde, à espera que um dia, numa noite de nevoeiro, nos venham salvar de uma vida mediocre e desinteressante, onde somos conduzidos a cajado como ovelhas clonadas para onde os pastores querem, tem de acabar! Estou farta de ser ovelha que engole sapos de um porco que acha que manda na quinta. CHEGAAAA!

"O objectivo da vida é uma vida com objectivos"
, por isso, é por aqui que vou começar: estabelecer objectivos, com base numa séria e profunda introspecção. Perceber o que quero e não quero, o que tenho e o que me falta, o que me faz feliz e o que me entristece...

Não quero mais viver neste curral saturado e fedorento, cheio de vespas, pavões, vacas, porcos e coices que nem percebemos de onde vêm! Sou bicho dócil mas selvagem que precisa de liberdade para ser feliz!

Aquele momento...

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Antes de nos atirarem cá para a Terra, após tratados e referendos, debates e reuniões, Deus e o Diabo lá acordaram numa regra base deste jogo que seria a Vida : "Livre Arbítrio para os humanos! Seja feita a sua vontade..."

Na cabeça de Deus devia passar qualquer coisa como: " Na altura certa eles vão saber estar, ser e fazer!", enquanto o Endiabrado pensava: " Vão-se enterrar cá com uma pinta!"...

E deu nisto... Por amor ou diversão, entalaram-nos quando nos responsabilizaram pelas nossas escolhas e nos passaram o controlo da bola.

Hoje caminhamos ou vagueamos por uma Vida repleta de escolhas a cada encruzilhada... e há sempre um momento... AQUELE MOMENTO em que a escolha que fizermos pode mudar tudo e todos em nosso redor e afectar o resultado do jogo. E o pior é que nós sabemos disso... com maior ou menor consciência, mas sabemos... No momento, sente-se o peso da decisão a pairar sobre a nossa alma e por um milésimo de segundo sentimos que o tempo pára como se Deus e o Diabo sustessem a respiração na expectativa.

Já tive o meu momento... e rematei ao poste... foi um estrago...

Felizmente o jogo ainda vai no começo e entre faltas e penalties, com as claques de apoio (ou não) a marcar presença, a bola vai rolando e a vida avança. Espero aperfeiçoar a técnica e saber estar à altura nos próximos remates...

Tempo...

sábado, 3 de novembro de 2007

Eclesiastes:

"Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.

Há tempo de nascer, e tempo de morrer;
tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
tempo de matar, e tempo de curar;
tempo de derrubar, e tempo de edificar;
tempo de chorar, e tempo de rir;
tempo de prantear, e tempo de dançar;
tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras;
tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar;
tempo de buscar, e tempo de perder;
tempo de guardar, e tempo de deitar fora;
tempo de rasgar, e tempo de coser;
tempo de estar calado, e tempo de falar;
tempo de amar, e tempo de odiar;
tempo de guerra, e tempo de paz..."

Revelação da manhã...

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Hoje, às 07:30 da manhã, enquanto fazia tempo para entrar ao serviço, sentada no carro parado no estacionamento, aproveitei para ler um pouco e tentar distrair a mente da ansiedade que antecipa mais um dia de trabalho naquele ninho de zangões zangados.


Entre bocejos, abri o livro e, como que por magia, as palavras começaram a brotar como fonte de vida, como se soubessem que a esperança e coragem começam a fraquejar em mim... Partilho convosco a história que me fez sorrir esta manhã...

Do livro: O monge que vendeu o seu Ferrari- Uma fábula Espiritual, de Robin S. Sharma


"...É como aquela história clássica do miúdo que saiu de casa para ir estudar com um grande mestre. Quando conheceu o velho sábio, a primeira pergunta que lhe fez foi:
- Quanto tempo vou demorar a ficar tão sábio como tu? A resposta não se fez esperar.
- Cinco anos.
-É muito tempo, retorquiu o miúdo. E se eu trabalhar com o dobro do afinco?, disse.
-Nesse caso, demorarás dez anos, respondeu o mestre.
-Dez?! É muito tempo. E se eu estudar dia e noite, todos os dias e todas as noites?, disse.
-Quinze anos, respondeu o sábio.
-Não compreendo, disse o miúdo. Sempre que prometo dedicar mais energia ao meu objectivo, dizes-me que vou demorar ainda mais tempo a atingi-lo. Porquê? Disse o sábio:
-A resposta é simples. Com um olho fixo no destino, sobra-te apenas um olho para te guiar ao longo da viagem. .... "Sê paciente e não te esqueças de que tudo o que procuras acabará por vir ao teu encontro, se te preparares para isso e esperares."


As oportunidades surgirão quando estivermos preparados para elas...