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Pesadelo...

domingo, 18 de janeiro de 2009

Esta noite tive um pesadelo... 
Acordei às 04 e 30 da manhã assustada e lavada em lágrimas.
Não queria voltar a adormecer... 
Valeu-me o meu amor, do meu lado, que já habituado a estas agitações nocturnas me abraçou na sua protecção... não precisava de ter receio, era só um sonho... ele estava ali e não ia deixar que nada me acontecesse. 
Contei-lhe o pesadelo. Revivi-o agora na vida real. À luz, as sombras metem menos medo.  
Voltei a aninhar-me nos seus braços, respirei fundo e tomei coragem para voltar a esse mundo.
Adormeci, o pesadelo não voltou.
De manhã, quando despertei, o medo não passava de uma recordação distante e confusa...
Lá fora chovia e esperava-nos um dia de cinza e nevoeiro.

A casa nova...

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009


Hoje saí do serviço e vim passar o fim de semana na casa nova. Daqui escrevo...

O dia voou entre pernas e joelhos e ombros e dores distraídas por piadas, sorrisos e hospitalidade. Estou cansada. Atenuar a dor dos outros faz com que chegue drenada o fim da jornada... embora feliz.

Preciso de silêncio.

Entrei em casa e no seu vazio gelado concluo que é preciso mais do que 4 paredes para se poder dizer que se tem um lar. Toquei na campaínha de vento que se encontra pendurada do lado esquerdo, logo assim que se entra, e simulei um divertido e irónico "querido, chegueiiii!".

Já não corro pelo corredor comprido, nem acendo todas as luzes como no início. Já não tenho medo dos fantasmas (ao invés dos ladrões que não me preocupam minimamente) desculpa que inicialmente  usava para convencer o meu amor a ficar mais uma noite.  Creio que estou a aprender a fazer parte da casa... 

Tomei um banho bem quente, enquanto o aquecedor acolhia o meu contraditório pijama azul com um floco de neve desenhado. Depois enfiei-me no velho roupão que roubei ao meu pai, calcei as pantufas e finalmente cheguei ao fim da semana, com King of Sorrow da Sade a soar vindo do quartinho da meditação.

Gosto de aqui estar! A vista da cidade à noite é linda... Para quem sempre morou num rés-do- chão com vista para as ceroulas do vizinho, morar agora num 5º andar com vista para o rio Tejo e todas as luzinhas que pintam o breu é uma maravilha. Adoro ficar à janela, mesmo com o nariz enrregelado. A noite é mais noite, tem mais sons, mais cheiros, mais vida no escuro do que somente o negro. Já a adorava, imaginem agora...

No outro dia levantei-me de madrugada e no percurso entre o xixi não resisti ao ir espreitar à janela e sonhar... Nessa altura imperava o silêncio do sono, ainda que agitado, da cidade.

Perfeita será a pintura quando preencher o frio da casa com o calor do afecto de mais do que um par de pezinhos a percorre-la.  

Sonho estranho...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Tive um amigo que perdi...

Dito assim soa a morte do artista ou algo de fim trágico e doloroso, mas não... perdi, digo, perdemo-nos porque assim a vida o quis e nós o permitimos conscientemente. Mas "Ob-la-di, ob-la-da, Life goes on, bra La la how the life goes on"... tudo bem.

Desde pequena que sonho muito, falo durante o sono, tenho muitos pesadelos, vívidos e sentidos e até agora ( e já lá vão 27 anos) pouco mudou. É como se durante o sono a jaula dos "monstros" se abrisse e tudo saísse cá para fora ao ponto de muitas vezes acordar a chorar ou quase sem respirar. Até aqui tudo bem, nada de novo...

O curioso é que (voltando à história do meu amigo) desde que nos afastámos e cada um seguiu a sua vida, por várias vezes sonhei com ele mas nunca o conseguia ver claramente ou sequer aproximar-me o suficiente para conversarmos, o que gerava em mim (nos sonhos) um sentimento de perda, frustração e impotência, como quando num bom filme há um mundo de coisas e segredos por esclarecer e perceber e nesse momento aparece um "to be continued..." e ficamos feitos parvos sem entender nada. Mas tudo bem... acordava, respirava fundo, virava-me para o outro lado e puff lá mudava de canal.

No entanto, no outro dia, tive um sonho muito curto e meio estranho...

Encontrámo-nos numa praia. O mar estava agitado, com muitas ondas, mas mesmo assim ele foi dar um mergulho, interrompendo o início de uma conversa que parecia querer começar entre nós. Instalou-se o tal sentimento de impotência...

Pensei: É doido! - ao vê-lo mergulhar- As ondas estão enormes! E senti um misto de medo, ao mesmo tempo que vontade de entrar no mar... mas deixei-me ficar na segurança da areia, a olhar.

Pouco depois ele sai da água, como se nada fosse, aproxima-se até à distância de um braço e diz-me com o ar mais sério e determinado deste e doutro mundo, como se me respondesse a alguma questão que eu lhe tivesse colocado no meu silêncio:

- Sabes bem que nunca poderemos ser amigos...

E acordei.

Lua nova...

É verdade... recentemente apanhei um vício do pior... ou melhor... tive uma recaída de um vício antigo: ler!


Na sequência de um livro que comprei no natal como prenda para mim mesma (Crepúsculo) agarrei-me de tal forma à leitura de ficção como escape de uma realidade às vezes dura que agora já marchou o 2º, a Lua Nova, e encontro-me desesperada à espera que o 3º, Eclipse, regresse à Fnac depois de esgotado.. grande surto, este que me deu... E já tenho mais livros na calha... haja euros que me valham...
Podia ser pior...

Actualizações...

Já cá não vinha desde o ano passado... tá difícil desacelerar o suficiente para dar para parar, escutar e escrever! Mas vou lá... não posso é deixar de tentar!

Resumo dos últimos tempos? Trabalho, trabalho, trabalho... depois aos fins de semana respiro, consigo ser feliz e depois... trabalho, trabalho, trabalho... e já se passou mais um dia, uma semana, um mês. Se isto é vida? Não! Isto é piloto automático em velocidade cruzeiro.


Adoro o meu serviço, rio imenso com os meus doentes e colegas, divirto-me e aprendo de verdade, converso um pouco, ouço muito e assim se passam os dias... mas 11 horas fechada no mesmo sítio não há santo que aguente!


Já falei com o meu chefe (que é excelente, diga-se!) a dizer que preciso de abrandar porque não quero comprometer a qualidade do meu desempenho por estar cansanda ou saturada e sei que ele já está a tratar do assunto de forma a agradar a gregos e troianos (compreendo que não seja fácil). Agora é só esperar...


Tenho a vida em stand-by... à espera de ter tempo para começar a viver de verdade. Assim que conseguir começar a sair às 17h (e não às 20h) vou mudar de casa e começar a morar a solo/dueto, inscrever-me no ginásio, perseguir um ou outro sonho, voltar a ler, estudar, meditar, namorar com os amigos em amenas cavaqueiras... só preciso de... TEMPO!


Há dias que aguardo serena, outros ansiosa, outros cansada, outros desanimada por não ver o fundo ao tacho mas tenho esperança... até lá... trabalho, trabalho, trabalho.