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Quem é?

domingo, 25 de outubro de 2009

Os que andavam por aí já nasceram, outros estão ainda por nascer e mais uns vêm a caminho...

Realmente a vida não pára nem espera por ninguém, mesmo quando tropeçamos num buraco do percurso ou simplesmente precisamos de parar para atar o atacador.

Há muito tempo que aqui não vinha... tempo que passou depressa entre 1001 tarefas que eram as mais importantes do mundo na altura e agora não passam de poeiras deixadas no esquecimento do passado.

No outro dia, em conversa com uma utente minha, entre ultra sons, massagens e exercícios XPTO, falávamos sobre o peso do nosso ontem e qual o seu reflexo no hoje. De repente, ela olha para mim, e em tom de quem fala de coisas sérias com um sorriso ela disse:

- Quando te batem à porta... não perguntas QUEM FOSTE... perguntas sempre QUEM É! Porque insistimos em ficar presos ao que passou?!

Naquele momento olhei para ela, parei (não se deve parar um ultra-som) e sorri. Compreendi o que queria dizer como se me tivessem tocado à campainha e eu tivesse aberto a porta do pensamento.

- Ding... Dong...
- Quem é?
- Um PRESENTE...

Eles andam aí...

domingo, 10 de maio de 2009

Começo a achar que anda qualquer coisa estranha no ar... Primeiro foi uma febre de casamentos... 4 no ano passado, 4 este ano e sabe Deus quantos mais por aí andarão na calha... Agora... os bebés!

No outro dia, soube, com muita alegria, que diversas amigas e amigos estavam grávidos (contam-se...1,2,3,4,5...6 por agora). Adorei as notícias! A ideia de saber que amigas de infância com quem brinquei às bonecas terão agora um nenuco que ri e chora e faz xixi de verdade é deveras divertida.

Até o Nuno, que dizia que o único filho que teria seria o Audi é agora um querido e feliz futuro papá! Só espero que não o batize de Mercedes!

Realmente o ciclo da Vida não pára...

Acreditem que fico sincera e visceralmente feliz por todos eles! Trazer uma nova vida à vida tem tanto de desafio como de benção, mas não duvido que cada um deles será o melhor pai e mãe do mundo!

Não digo que será sempre um mar de sorrisos mas tenho a certeza que um sorriso de um filho afoga todas as tristezas do momento, por momentos e a vida é isso... sucessões de momentos.

Ainda não tenho bebés, nem sequer estou casada... Ouço o relógio biológico a picotar os segundos (prá semana faço 28 anos!), rio com as piadinhas da família e amigos a dizer que serei a próxima na lista, ouço histórias de doentes minhas a dizer que casaram aos 20 e aos 21 já tinham filhos, mas sinceramente... ainda não me sinto preparada... 

Sinto-me como uma criança que ainda mal sabe falar e que aprendeu agora a andar. Tenho tantos mundos por descobrir e tanta coisa para aprender e viver que a ideia de ter de me enraizar para poder dar estrutura a um pequenino me faria sentir presa, pelo menos nesta fase da vida. Egoísmo? Talvez, mas neste momento ainda me sinto como um viajante com a mochila às costas, ligada ao Amor e a um amor, mas independente e curiosa sobre a Vida.

Aninhados nos braços um do outro, sonhamos e brincamos (e às vezes discutimos) com nomes dos nossos futuros bebés... Eu gosto de nomes estranhos e com significados, ele preocupa-se com o facto do bebé nos vir a apresentar reclamações pela escolha e nisto passamos horas, mas o certo é que nenhum de nós se sente ainda preparado para ser pai/mãe. Talvez um dia...

Por enquanto adoro a ideia de vir a ser a tia C. dos bebés dos meus amigos. O que é certo é que... ELES ANDAM AÍ....


Um ano...

domingo, 3 de maio de 2009

Decididamente o tempo voa... piscamos os olhos, damos três suspiros e quando reparamos já passou mais um minuto, uma hora... um ano.

Hoje estive numa festa de aniversário de 1 ano de casamento de um casal amigo. À mesa, entre as várias e desconhecidas pessoas, depois das adequadas conversas socialmente bem aceites, encaixei o sorriso em ponto morto (para ninguém reparar que me tinha "ausentado") e dei por mim a pensar neste ano que passou...

O que é que construí? O que é que plantei? O que é que mudou? O que é que melhorou? O que é que eu fiz por mim? O que é que eu fiz pelos outros? Vivi ou sobrevivi? Saboreei ou engoli? Mergulhei ou fiquei a ver as ondas passar? 

Depois pensei:

-Será que penso demasiado? Será que é por mergulhar tão fundo, sem escafandro ou botija, que por vezes me sinto sufocar no turbilhão de questões sem resposta que se soltam na minha cabeça? 

Eu podia estar sossegadinha à mesa, como uma pessoa normal, a discutir simplesmente o calor que se fazia sentir, a qualidade do lombo de porco do almoço ou os golos do benfica, mesmo sendo portista e não percebendo nada de bola... mas nãooooo! Toca de filosofar como digestivo... (decididamente aqueles segundos de oxigénio de que fiquei privada durante a cesariana há 28 anos deixaram sequelas!)

Felizmente, pouco depois deste "ano" de ausência, fui acordada com a chegada da sobremesa e tudo voltou ao normal (entorpecimento de quem anda a dormir na viagem).

Things we lost in the fire...

terça-feira, 7 de abril de 2009

Sempre gostei de serões de cinema... 

Antigamente costumava sair a meio da noite para ir alugar um dvd naquelas máquinas tipo multibanco que em vez de dinheiro cospem filmes. Depois, voltava a casa e vestia o melhor pijama de gala usando como echarpe a minha manta macia. Nos pés, as pantufas de salto alto e agora sim, estava a rigor.

No outro dia fiz um serão desses, na companhia de um filme que merece toda esta pompa. Recomendo!

Nessa noite, a ver o filme, chorei como uma madalena... Fiz a minha catarse... Há quem vá para a bola gritar com o árbitro... eu recolho-me com um excelente filme e sinto... e depois choro.

Não sei o que se passa comigo... Antigamente era que nem pedra da calçada, agora, por tudo e por nada abro a torneira da pinguça e lá vou eu... 

Tenho uma amiga assim... Eu fartava-me de gozar com ela porque ainda estava a dar a música e as letras do genérico e já ela estava a fungar com a lagriminha no canto do olho. Agora olha... castigo! 

Moral da história: vale a pena ver este filme!
  

Sexo e amizade...

quarta-feira, 25 de março de 2009

No outro dia, andava eu por aqui, nestes mundos virtuais, quando encontrei um curso muito interessante... Curiosa por saber, aprofundei a pesquisa e deparei-me com uns conteúdos ainda mais aprazíveis. 

Trata-se de uma formação, ministrada por uma psicóloga clínica/sexóloga, na qual durante uma hora por semana se abordarão temas como a anatomia feminina, técnicas de ginástica íntima, jogos eróticos entre outros assuntos, com o intuito de estimular a erotização e o prazer sexual. 

Pensei: Fixe! Vou engatar uma ou duas amigas doidas como eu e vamos aprender mais sobre como aperfeiçoar a técnica das cambalhotas. Liguei logo para elas, e tanto é certo como sabido que assentiram de imediato.

O problema é que depois, entusiasmadas já me diziam que a seguir a este curso podíamos ir juntas para aulas de sensualidade e dança no varão. Mas péra lá... oh meus amigos zzz... primeiro preciso de ganhar força de braços para isso. Um estrago de cada vez... Sexta começamos as aulas e depois a ver vamos, como diz o cego...!

Nos dias de hoje, já não se admite que nós mulheres não saibamos o que é o prazer, no verdadeiro "O" da palavra! Por isso cabe-nos aprender o máximo possível sobre o nosso corpo para podermos ensinar, guiar ou orientar os nossos interessados e queridos homens. 

Diga-se, de passagem, que eles acharam um piadão à nossa ideia... Até se voluntariaram para nos ajudar nos trabalhos de casa do curso e tudo... que simpáticos.

Pelo que sei, nenhuma de nós tem razões de queixa, muito pelo contrário, mas quanto mais soubermos e aprendermos, mais podemos dar e receber, capiche? Depois é treinar e treinar até aperfeiçoar a técnica.

Resumindo, SEXta feira tenho a certeza que nos vamos divertir bastante na nossa  "ladies afternoon". Os nossos homens que se preparem porque serão as nossas queridas cobaias. Será que se importarão?


Nyx...

domingo, 15 de março de 2009

De muitas faces e aromas, sentimentos e sentidos, a Noite, parente do Caos, pode dar ou tirar o sono da Alma... 

Envergando somente um negro véu, no seu doce abraço ou beijo frio pode trazer novas de Algea ou Volúpia consoante o sopro de  Bóreas ou Zéfiro.
 
Certo é que à luz da noite os contornos das sombras da alma estão mais definidos e tudo... bem ou mal...divino ou mortal... se sente com maior intensidade.

Regras da Sensatez...

quarta-feira, 11 de março de 2009

Dizem as "Regras da Sensatez" para não voltares ao lugar onde já foste feliz... se assim é estou lixada com "F" de amor! ... Vou ter de voltar a São Miguel em Abril... 

Já amava aquela Terra antes de a conhecer e depois de lá ter estado foi difícil voltar para casa e não sentir que não era aqui que pertencia totalmente. Talvez seja um amor genético, uma parte da minha família veio de lá, vim a descobrir e aprofundar... 

Tem tanto de paraíso como de purgatório, no entanto todos os dias na sua ausência senti falta daquele verde, daquele mar e sim...daquelas vacas. Agora vou ter de voltar... e assim como foi à partida, também o regresso à ilha saberá a doce e amargo. 

O que realmente me doi é que sei que posso sempre lá ir, mas nunca poderei ficar. É como uma punição dos deuses... Podes ver, mas não podes ter... Quem tudo quis, tudo perdeu e este é meu preço a pagar. A ilha tornou-se demasiado pequena para tantas recordações que queremos deixar no lugar onde elas pertencem... o passado.

Por isso confirmam-se as regras da sensatez... pena eu ser pouco sensata e mais uma vez a Vida me pedir, à minha revelia, para lá voltar...

"A tua pequena dor"... é também minha.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Música: Rui Veloso

Letra: Carlos Tê

a tua pequena dor
quase nem sequer te dói
é só um ligeiro ardor
que não mata mas que mói

é uma dor pequenina
quase como se não fosse
é como uma tangerina
tem um sumo agridoce

de onde vem essa dor
se a causa não se vê
se não é por desamor
então é uma dor de quê?

não exponhas essa dor
é preciosa é só tua
não a mostres tem pudor
é o lado oculto da lua

não é vicío nem custume
deve ser inquietação
não há nada que a arrume
dentro do teu coração

talvez seja a dor do ser
só a sente quem a tem
ou será a dor de ver
a dor de ir mais além?

certo é ser a dor de quem
não se dá por satisfeito
não a mates guarda bem
guardada no fundo do peito.

Tráfego de reflexões...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009


Recentemente, apercebi-me de que é no trânsito onde faço grandes reflexões sobre a vida. (assustador não é?)

De manhã, enquanto o sol nasce na auto-estrada, gosto da companhia das músicas comerciais da Comercial e da boa disposição dos locutores. Sigo em piloto automático e a única coisa em que penso é que estaria muito melhor aninhada no choco. 

Mas à tarde, sabe-se lá porquê, sabe-me bem regressar a casa em silêncio e finalmente poder ouvir os meus pensamentos, que em turbilhão e aos empurrões se soltam depois de um dia encerrados por detrás do papel de uma pessoa normal. É nesta altura de crepúsculo, em que o sol já não está mas ainda não foi que consigo realmente ouvir-me.

Recentemente preocupa-me um facto: serei eu uma eterna insatisfeita? 

Defino um objectivo, luto por alcançá-lo, alcanço-o e teoricamente deveria ficar saciada, certo? Mas então, porque é que continuo a sentir um vazio esquisito cá dentro, como se tivesse 1000 experiências por viver, um mundo inteiro para aprender e um buraco à espera de uma peça do puzzle para este fazer sentido?

Vamos por partes: sou feliz, adoro o meu trabalho, tenho um lar em construção, um amor que me completa, uma família maravilhosa e um corpo são. Sou feliz!

No entanto, continuo com sede... de conhecimento, de vida, de magia... Quero mais, preciso de mais...mas o que é esse MAIS? Como procurar algo que não sabemos o que é? Por onde começo? Sinto que preciso de ir mais fundo, mas fundo onde? E do quê? Porquê?

Um dia, nos meus anos, em 2006, a minha mãe ofereceu-me uma leitura do mapa astral. Meio céptica, meio interessada, lá ouvi o que a senhora tinha a dizer, e entre muitas coisas (que se vieram a confirmar mais tarde, com uma exactidão pró sinistra) ela mencionou que eu tinha uma sede tal de profundidade e conhecimento que existia em mim uma certa "atracção para e pelo o abismo".  Será por isso esta insaciedade?

Compreendo o Nandinho Pessoa, na pele do Álvaro de Campos,quando ele diz que precisa de 

"Sentir tudo de todas as maneiras,
Viver tudo de todos os lados,
Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo(...)"

Quando regresso a casa, enquanto conduzo por entre os carros e as reflexões, preocupa-me ser uma pessoa tão estranha...

Morre lentamente...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Permitir-nos morrer lentamente é fácil, nem nos apercebemos do quanto, enquanto nos enredamos nessa teia... difícil é viver plenamente. O "Pablito" sabe.


"Morre lentamente 
quem se transforma em escravo do hábito, 
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca 
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece. 
Morre lentamente 
quem faz da televisão o seu guru. 
Morre lentamente 
quem evita uma paixão, 
quem prefere o preto no branco
e os pingos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, 
justamente as que resgatam o brilho dos olhos, 
sorrisos dos bocejos, 
corações aos tropeços e sentimentos. 
Morre lentamente 
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, 
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, 
quem não se permite pelo menos uma vez na vida, 
fugir dos conselhos sensatos. 
Morre lentamente 
quem não viaja, 
quem não lê, 
quem não ouve música, 
quem não encontra graça em si mesmo. 
Morre lentamente 
quem destrói o seu amor-próprio, 
quem não se deixa ajudar. 
Morre lentamente, 
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte 
ou da chuva incessante. 
Morre lentamente, 
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, 
não pergunta sobre um assunto que desconhece 
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, 
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior 
que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos 
um estágio esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda

Pablo e as mulheres...

Um homem que tentou compreender... 

"Elas sorriem quando querem gritar.
  Elas cantam quando querem chorar.
  Elas choram quando estão felizes.
  E riem quando estão nervosas."


  Pablo Neruda

A reza da freira...

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Há uns tempos que sigo um blog muito interessante, criado por uma amiga muito querida e especial. Todas as noites que visito estes mundos virtuais não resisto ao vir espreitar as suas estórias e histórias. 

Hoje, ao passar por lá, não pude evitar uma lembrança engraçado do passado, devido ao tema do último post:freiras.

Também eu cresci num colégio de "virtuosas senhoras" segundo os olhos de quem não as conhecia de verdade. Para nós, crianças endiabradas, aquelas "tenebrosas senhoras" eram motivo para piar fininho e andar a toque de caixa.

Um certo dia (teria eu talvez uns 6 anitos) por volta da hora do almoço, estavamos todos alinhados milimetricamente para lavar as mãos quando, aproveitando uma distracção da freira que geria a tropa fandangueira, decidi que havia de passar toda a gente à frente e criar ali alguma emoção para abrir o apetite

Está visto que todo o pessoal "bufou" e a boa da santa foi apanhada por uma orelha e trazida até ao fim da fila com ar de quem sabia que ia levar com o terço pela cabeça abaixo. 

Foi então que a freira, com o seu sotaque italiano se virou e disse:
- "Minina, com 4 olhos (já usava óculos na altura) e não vê que tem tanta gente à frente?!"

Olhei para ela, vista de baixo, e com o meu ar mais angelical, com direito a caracolinhos  no cabelo e tudo, sussurei por entre um sorriso safado:
-" Não tenho 4, tenho 5 mas esse é cego!"

Não me lembro se comi sentada nesse dia, mas que o rabiosque me ardeu, ardeu, depois da "reza" com a régua... Até os cegos viram!

Histórias de príncipes e princesas...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

É tudo muito bonito quando nos contam, em criança, histórias de príncipes fortes e valentes e princesas bem comportadas, numa terra distante onde tudo é muito bonito, corre muito bem e até os ratinhos e as abóboras ajudam, ao invés de estar no buraco ou na sopa (respectivamente).

Mas e quando estamos numa terra distante, onde tudo é muito bonito, mas ao invés de ratinhos e abóboras temos baratas gigantes e pimenta da terra? E afinal não há cá finais felizes para ninguém porque a princesa era mal comportada, o príncipe afinal virou sapo e fugiu e ainda por cima, com este barulho, acordamos o dragão da dor que consome todas as pessoas realmente importantes do reino? Pois... nestas alturas, a quem é que a criança que resta em nós vai pedir explicações? 

Por uma noite, há poucos anos, embora estejam tão longínquos que até parecem fazer parte de uma outra história, fui princesa. De vestido comprido e sapatos de salto fininho, com direito a corpete e medalhão a condizer, fadas madrinhas e carro branco com poucos cavalos, fui princesa de verdade.

Por uma noite, dancei num baile de príncipes, com música no coração, borboletas no estômago, do nervoso miudinho, e dores nos pés... muitas! Adorei ser princesa!

Mas ninguém nos avisou que se não respeitassemos as regras do baile da vida, a vida dava-nos um baile e tudo se transformaria, para sempre, encerrando o enrredo com um final que de feliz teria pouco. 

Como terminou a história? A meia noite passou e o relógio não bateu... A princesa mal comportada quase perdeu o seu reino e tudo o que de real valor possuia, o príncipe virou sapito e nunca mais ninguém o viu... e o dragão da dor... esse, depois de tudo queimar, com o tempo foi perdendo o fôlego e permitindo que das suas cinzas nascesse nova vida. 

E todos voltarão a ser felizes... separados... para sempre.

Ditados de ditar a Vida...

"Quem espera desespera" mas... "quem espera sempre alcança" porque "água mole em pedra dura tanto bate até que fura".
Sim... "quem quer côco trepa" e "quem não chora não mama", por isso tanto trepei e chorei que finalmente consegui aquilo que queria!
Investindo "palavras de prata" e "silêncios de ouro" consegui o tal horário que tanto desejava e finalmente dei corda às roldanas da minha vida.

Já saio às 17h, já me inscrevi no ginásio, já li o livro que tanto procurava (Eclipse) e sim...finalmente já mudei de casa! 
A casinha tem pouca coisa, ainda é fria e faz eco, mas é a "minha" casa! 

Durante a semana ainda adormeço com os pés gelados e não tenho quem me proteja dos eternos pesadelos, isto de "um amor e uma cabana" não é bem verdade... um colchão sem buraco no meio faz muita falta, por isso só ao fim de semana é que tenho companhia maravilha!

Mas estou feliz... um dia de cada vez... sou feliz.

"A voz do povo é a voz de Deus".

Pesadelo...

domingo, 18 de janeiro de 2009

Esta noite tive um pesadelo... 
Acordei às 04 e 30 da manhã assustada e lavada em lágrimas.
Não queria voltar a adormecer... 
Valeu-me o meu amor, do meu lado, que já habituado a estas agitações nocturnas me abraçou na sua protecção... não precisava de ter receio, era só um sonho... ele estava ali e não ia deixar que nada me acontecesse. 
Contei-lhe o pesadelo. Revivi-o agora na vida real. À luz, as sombras metem menos medo.  
Voltei a aninhar-me nos seus braços, respirei fundo e tomei coragem para voltar a esse mundo.
Adormeci, o pesadelo não voltou.
De manhã, quando despertei, o medo não passava de uma recordação distante e confusa...
Lá fora chovia e esperava-nos um dia de cinza e nevoeiro.

A casa nova...

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009


Hoje saí do serviço e vim passar o fim de semana na casa nova. Daqui escrevo...

O dia voou entre pernas e joelhos e ombros e dores distraídas por piadas, sorrisos e hospitalidade. Estou cansada. Atenuar a dor dos outros faz com que chegue drenada o fim da jornada... embora feliz.

Preciso de silêncio.

Entrei em casa e no seu vazio gelado concluo que é preciso mais do que 4 paredes para se poder dizer que se tem um lar. Toquei na campaínha de vento que se encontra pendurada do lado esquerdo, logo assim que se entra, e simulei um divertido e irónico "querido, chegueiiii!".

Já não corro pelo corredor comprido, nem acendo todas as luzes como no início. Já não tenho medo dos fantasmas (ao invés dos ladrões que não me preocupam minimamente) desculpa que inicialmente  usava para convencer o meu amor a ficar mais uma noite.  Creio que estou a aprender a fazer parte da casa... 

Tomei um banho bem quente, enquanto o aquecedor acolhia o meu contraditório pijama azul com um floco de neve desenhado. Depois enfiei-me no velho roupão que roubei ao meu pai, calcei as pantufas e finalmente cheguei ao fim da semana, com King of Sorrow da Sade a soar vindo do quartinho da meditação.

Gosto de aqui estar! A vista da cidade à noite é linda... Para quem sempre morou num rés-do- chão com vista para as ceroulas do vizinho, morar agora num 5º andar com vista para o rio Tejo e todas as luzinhas que pintam o breu é uma maravilha. Adoro ficar à janela, mesmo com o nariz enrregelado. A noite é mais noite, tem mais sons, mais cheiros, mais vida no escuro do que somente o negro. Já a adorava, imaginem agora...

No outro dia levantei-me de madrugada e no percurso entre o xixi não resisti ao ir espreitar à janela e sonhar... Nessa altura imperava o silêncio do sono, ainda que agitado, da cidade.

Perfeita será a pintura quando preencher o frio da casa com o calor do afecto de mais do que um par de pezinhos a percorre-la.  

Sonho estranho...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Tive um amigo que perdi...

Dito assim soa a morte do artista ou algo de fim trágico e doloroso, mas não... perdi, digo, perdemo-nos porque assim a vida o quis e nós o permitimos conscientemente. Mas "Ob-la-di, ob-la-da, Life goes on, bra La la how the life goes on"... tudo bem.

Desde pequena que sonho muito, falo durante o sono, tenho muitos pesadelos, vívidos e sentidos e até agora ( e já lá vão 27 anos) pouco mudou. É como se durante o sono a jaula dos "monstros" se abrisse e tudo saísse cá para fora ao ponto de muitas vezes acordar a chorar ou quase sem respirar. Até aqui tudo bem, nada de novo...

O curioso é que (voltando à história do meu amigo) desde que nos afastámos e cada um seguiu a sua vida, por várias vezes sonhei com ele mas nunca o conseguia ver claramente ou sequer aproximar-me o suficiente para conversarmos, o que gerava em mim (nos sonhos) um sentimento de perda, frustração e impotência, como quando num bom filme há um mundo de coisas e segredos por esclarecer e perceber e nesse momento aparece um "to be continued..." e ficamos feitos parvos sem entender nada. Mas tudo bem... acordava, respirava fundo, virava-me para o outro lado e puff lá mudava de canal.

No entanto, no outro dia, tive um sonho muito curto e meio estranho...

Encontrámo-nos numa praia. O mar estava agitado, com muitas ondas, mas mesmo assim ele foi dar um mergulho, interrompendo o início de uma conversa que parecia querer começar entre nós. Instalou-se o tal sentimento de impotência...

Pensei: É doido! - ao vê-lo mergulhar- As ondas estão enormes! E senti um misto de medo, ao mesmo tempo que vontade de entrar no mar... mas deixei-me ficar na segurança da areia, a olhar.

Pouco depois ele sai da água, como se nada fosse, aproxima-se até à distância de um braço e diz-me com o ar mais sério e determinado deste e doutro mundo, como se me respondesse a alguma questão que eu lhe tivesse colocado no meu silêncio:

- Sabes bem que nunca poderemos ser amigos...

E acordei.

Lua nova...

É verdade... recentemente apanhei um vício do pior... ou melhor... tive uma recaída de um vício antigo: ler!


Na sequência de um livro que comprei no natal como prenda para mim mesma (Crepúsculo) agarrei-me de tal forma à leitura de ficção como escape de uma realidade às vezes dura que agora já marchou o 2º, a Lua Nova, e encontro-me desesperada à espera que o 3º, Eclipse, regresse à Fnac depois de esgotado.. grande surto, este que me deu... E já tenho mais livros na calha... haja euros que me valham...
Podia ser pior...

Actualizações...

Já cá não vinha desde o ano passado... tá difícil desacelerar o suficiente para dar para parar, escutar e escrever! Mas vou lá... não posso é deixar de tentar!

Resumo dos últimos tempos? Trabalho, trabalho, trabalho... depois aos fins de semana respiro, consigo ser feliz e depois... trabalho, trabalho, trabalho... e já se passou mais um dia, uma semana, um mês. Se isto é vida? Não! Isto é piloto automático em velocidade cruzeiro.


Adoro o meu serviço, rio imenso com os meus doentes e colegas, divirto-me e aprendo de verdade, converso um pouco, ouço muito e assim se passam os dias... mas 11 horas fechada no mesmo sítio não há santo que aguente!


Já falei com o meu chefe (que é excelente, diga-se!) a dizer que preciso de abrandar porque não quero comprometer a qualidade do meu desempenho por estar cansanda ou saturada e sei que ele já está a tratar do assunto de forma a agradar a gregos e troianos (compreendo que não seja fácil). Agora é só esperar...


Tenho a vida em stand-by... à espera de ter tempo para começar a viver de verdade. Assim que conseguir começar a sair às 17h (e não às 20h) vou mudar de casa e começar a morar a solo/dueto, inscrever-me no ginásio, perseguir um ou outro sonho, voltar a ler, estudar, meditar, namorar com os amigos em amenas cavaqueiras... só preciso de... TEMPO!


Há dias que aguardo serena, outros ansiosa, outros cansada, outros desanimada por não ver o fundo ao tacho mas tenho esperança... até lá... trabalho, trabalho, trabalho.