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A casa nova...

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009


Hoje saí do serviço e vim passar o fim de semana na casa nova. Daqui escrevo...

O dia voou entre pernas e joelhos e ombros e dores distraídas por piadas, sorrisos e hospitalidade. Estou cansada. Atenuar a dor dos outros faz com que chegue drenada o fim da jornada... embora feliz.

Preciso de silêncio.

Entrei em casa e no seu vazio gelado concluo que é preciso mais do que 4 paredes para se poder dizer que se tem um lar. Toquei na campaínha de vento que se encontra pendurada do lado esquerdo, logo assim que se entra, e simulei um divertido e irónico "querido, chegueiiii!".

Já não corro pelo corredor comprido, nem acendo todas as luzes como no início. Já não tenho medo dos fantasmas (ao invés dos ladrões que não me preocupam minimamente) desculpa que inicialmente  usava para convencer o meu amor a ficar mais uma noite.  Creio que estou a aprender a fazer parte da casa... 

Tomei um banho bem quente, enquanto o aquecedor acolhia o meu contraditório pijama azul com um floco de neve desenhado. Depois enfiei-me no velho roupão que roubei ao meu pai, calcei as pantufas e finalmente cheguei ao fim da semana, com King of Sorrow da Sade a soar vindo do quartinho da meditação.

Gosto de aqui estar! A vista da cidade à noite é linda... Para quem sempre morou num rés-do- chão com vista para as ceroulas do vizinho, morar agora num 5º andar com vista para o rio Tejo e todas as luzinhas que pintam o breu é uma maravilha. Adoro ficar à janela, mesmo com o nariz enrregelado. A noite é mais noite, tem mais sons, mais cheiros, mais vida no escuro do que somente o negro. Já a adorava, imaginem agora...

No outro dia levantei-me de madrugada e no percurso entre o xixi não resisti ao ir espreitar à janela e sonhar... Nessa altura imperava o silêncio do sono, ainda que agitado, da cidade.

Perfeita será a pintura quando preencher o frio da casa com o calor do afecto de mais do que um par de pezinhos a percorre-la.  

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